Em São Paulo, há 80% das câmeras de monitoramento instaladas no país. No Brasil, 500 mil imóveis são monitorados por sistemas de segurança.
Quando o assunto é segurança privada, os moradores de São Paulo lideram os investimentos, mas há casos em que a preocupação não é suficiente para evitar tragédias. Nem a cerca elétrica, muros altos, vigilância 24 horas e câmeras no condomínio de luxo impediram a morte da menina Gabriela em Rio Claro, no interior paulista. Os ladrões invadiram a casa, renderam a babá e duas irmãs gêmeas. Gabriela levou um tiro na cabeça e morreu.
Só em São Paulo, há mais de um milhão de câmeras de monitoramento instaladas, sendo 80% do que existe hoje no país.
Em um condomínio visitado pela reportagem do Bom Dia Brasil, câmeras funcionam há quatro meses. Estão no jardim, na garagem, na entrada, no portão eletrônico. Cada um que chega é monitorado. Mas mesmo com os equipamentos, quem entende de segurança aponta ainda alguns riscos no local. Os portões deveriam abrir e fechar separadamente e a guarita deveria ter as portas e janelas sempre fechadas. Conversas com moradores nem pensar.
“É um local de trabalho, não é um local de conversa. A presença física de outras pessoas tira a atenção que ele (o porteiro) precisa ter”, disse Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).
No Brasil, 500 mil imóveis são monitorados por sistemas de segurança, sendo que 53% deles estão localizados na região sudeste do país. É um mercado que nos últimos oito anos cresceu em média 13%. Ano passado faturou quase R$ 1 bilhão e meio.
Tecnologia e treinamento não adiantam se não houver uma terceira condição: a participação do morador. Pagar pelo esquema de segurança é apenas uma parte dessa responsabilidade. É preciso cumprir as normas aprovadas pelo prédio em assembléia, mesmo que a pessoa não concorde com elas.
Segundo a Policia Militar, em 90% dos roubos a condomínios em São Paulo, os bandidos entraram pelo portão da frente.