matéria do reporter FELIPE NÓBREGA da Folha de S.Paulo publicado em 01 de novembro de 2009
O mercado de blindagem nunca esteve tão aquecido. Para especialistas, a redução do preço desse serviço e o aumento da violência são os motivos.
A Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem) prevê que 3.609 carros recebam essa proteção neste segundo semestre, número 3,5% superior ao do recorde registrado no primeiro semestre de 2008.
Líder em blindagem veicular civil, o Brasil também assiste ao crescimento de uma categoria específica --e polêmica-- de proteção. É a blindagem de baixo custo (nível 1), que parte de R$ 19 mil, menos da metade do valor (R$ 48.750) cobrado por uma proteção nível 3 --a máxima permitida pelo exército.
"A de nível 1 suporta tiros de revólver calibre até 38", informa Guadalupe Franzosi, gerente da DuPont, empresa que fornece esse tipo de blindagem por meio da marca Armura.
Ela afirma que cerca de 90% das armas apreendidas pela polícia ou vendidas em São Paulo não ultrapassam o calibre 38.
Sofisticação
Uma pesquisa da Abrablin, no entanto, aponta que cerca de 70% dos atentados contra veículos de passeio blindados ocorrem com armas de calibre superior ao 38.
"A blindagem nível 3A é a única que resiste a todas as armas curtas de fogo. No momento de risco e tensão, é difícil para um leigo identificar precisamente qual armamento o bandido está usando", opina Christian Conde Antônio, presidente da Abrablin. "E, quanto menor o nível da blindagem, menos indicada é a fuga."
Com blindagem de baixo custo, o Toyota Corolla topo de linha sai por cerca de R$ 103 mil, preço equivalente ao mesmo modelo com dois anos de uso e proteção nível 3A.