26 abril 2010

Suspeito de assaltar condomínios em SP trocava de aparência semanalmente, diz polícia

matéria da jornalista JULIANNA GRANJEIA em colaboração para a Folha , publicada em 26 de abril

Apontado pela Polícia Civil como o líder de uma das três quadrilhas especializadas em assaltar condomínios em São Paulo, um homem preso na última quinta-feira foi reconhecido nesta segunda por uma das vítimas de um roubo ocorrido em dezembro do ano passado na Mooca (zona leste). Segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), Alexandre do Nascimento Alves, 33, conhecido como Castor, trocava semanalmente de celular, de carro e de aparência, o que dificultava a prisão.
De acordo com a polícia, Alves liderou o assalto ocorrido na Mooca. "Ela [vítima] o descreveu com uma pessoa muito violenta e que comandava os outros criminosos", disse o delegado titular da Divisão de Investigações de Crime contra o Patrimônio do Deic, Ismael Rodrigues.
"Ele é um camaleão, difícil de ser seguido. Temos sete fotos dele, todas com estilos diferentes. Tentamos prender o Castor em fevereiro, quando conseguimos prender sete pessoas da quadrilha. Desde então, intensificamos as investigações", afirmou o delegado.
Em uma das fotos divulgadas pela polícia, Alves aparece com cabelos cacheados e loiros e com a barba por fazer. Já em outra, ele está mais magro, com óculos de grau, camisa social, cabelo liso e com gel.
Alves foi preso na última quinta-feira (22) em Paraisópolis (zona sul) quando chegava a um estabelecimento comercial onde aconteceria uma reunião do bando para planejar novos crimes, afirma a polícia.
O delegado Antônio Carlos Heib, titular da Delegacia de Repressão a Furto Qualificado do departamento, disse que vai procurar as vítimas dos assaltos em condomínios para que elas também façam o reconhecimento. "Depois disso, vamos fazer um interrogatório e o indiciamento. Estamos apurando outros nove casos nos quais ele estaria envolvido. Ele mostrou muito pouco o rosto para as vítimas. E, quando mostrava, mudava o visual em seguida", afirmou Heib.
Alves nega os crimes e disse que, atualmente, trabalha como entregador de pizza.

Quadrilha 
A polícia informou que Alves tem passagens por homicídio, roubo e porte de arma e que também teria participado de sequestros.
De acordo com o delegado, a base da quadrilha liderada por Alves era na zona sul, mas os criminosos atuavam em toda a cidade. Além desse grupo, existem outros dois que cometem o mesmo tipo de crime: um sediado na zona norte e outro na zona leste. "Estamos investigando 50 pessoas, 22 já foram presas. De setembro até agora foram 19 ataques", disse Rodrigues.